22.4.07

Doce Companheira


















Doce Companheira
(Heraldo Goez)

Minha asa, voz que grita
Sobre a cidade, sangra
Do alto dessa janela,
Arranha-céu de estrelas
Tela de tanto luar.
Tempo de se equilibrar
Deixar o que ficou pra trás
Do que ficou pra trás
Do que ficou...

Pelas ruas do destino
Vem seguir meu caminhar
No rastro dessa cidade,
Doce companheira

Que a saudade tem um cheiro
Que a lembrança reconhece
E o pensamento ligeiro,
Ave, leve, anjo do tempo
Das entranhas faz cair
Uma lágrima de luz
Flor de um coração que chora,
Pétala ao sabor do vento
Pássaro que foi-se embora.

E quase que eu me esqueci
De lembrar por um instante
Que o relógio às vezes pára,
Que meu coração dispara
Ao sentir teu coração,
Jóia fina, ave rara
Numa rua dentro, aqui,
Torre exata sobre a multidão!


* * *