5.4.13


















(POESIA NA MADRUGADA)

Quando a majestosa claridade alcança
Toda a criação, serpente que vagueia
Como a própria luz que o teu sorriso guia
No alvorecer do mundo, a tez que te permeia
(impossível rosa que a manhã desfia)
Plantação de lírios quem em teus olhos, dança...

Fosse outrora ainda, te diria incerto
Perto, muito perto do desfalecer
Rosto do destino, sinuosa estrada
(Curva acentuada num desfiladeiro)
Morro, sendo na tua boca o gosto...

-Vivo sendo da tua pele, o cheiro...

(A PRESA - Heraldo Goez)




















(POESIA NA MADRUGADA)

Não seria um beijo ardente teu último encanto
Nem a conta dos favores que ao meu leito resta
Igualmente a espera finda num passado inteiro
Ecoando sobre as notas que meu canto empresta
Quando o espelho desfigura o corpo, que entristece...

Deixa-me levar às flores um sorriso brando
Com as mesmas certas cores que o teu dia veste
Pois a sorte enfim aquece o que a saudade gela...

...E clareia ao fim da noite a cela que me deste...

(O BEIJO - Heraldo Goez)

















(POESIA NA MADRUGADA)

Nem sempre o verso é denso
e a poesia cabe certeira na rima
Nem toda chuva é fria
e nem toda noite é de lua
E penso,
como o corpo perece à sombra dos anos,
também envelhece o sentimento...
E a terra fértil da paixão se cansa
quando a distância se faz presente

E a estrada é o simples caminho de
casa...

Assim, abro a mão e te deixo livre,
como liberto sou por te amar

Mas não engana nem mente o meu coração
quando diz que te quer bem
(musa que ilumina os versos meus...)

E se pudesse, uma vez mais pediria:
-Por favor, não vá embora...
ao menos me leve contigo em teus sonhos
e no bater de tuas asas...

Não queria te ver dizendo adeus...

(amor que o tempo envelhece...
  tempo de amor que jamais perece...)

(O PÁSSARO NA MÃO - Heraldo Goez)













(POESIA NA MADRUGADA)

...chuva
que te inunda de beijos,
recobre as tuas ruas...

São os meus carinhos
que invadem
teu terreno...

transbordam teus
rios...

(Heraldo Goez)
















HOJE TE DARIA A LUA

Eis-me aqui
estrela da minha lembrança
Ave de luz sobre as matas
Belo canto que o mar ressoa...

Certo, como o badalar do sino
Exato como a dança...
a trança no cabeldo daquela pessoa...
Elos simples e infinitos...
Como o aro do anel
brilhando nas mãos do destino

Queria ser mais que isso
Mais que o portador das mensagens
(O arauto em sonho transformado)
E oferecer
Mais que o coração de poeta,
Dar-te a lua...

E te iluminar as madrugadas
Invocar teus medos escondidos

Arrancar-te a dúvida...

E te encher...
de paz...

(Heraldo Goez)